28 abril, 2007

Democracia Arrependida

Bom, se é assim, resolvi dizer duas ou três palavrinhas sobre esse teatro chamado política.

Podem tentar me convencer de trezentas formas diferentes. Podem inventar três mil desculpas. Eu nunca vou entender um povo imbecil capaz de colocar pessoas que vão decidir a sua vida de todas as formas, baseado simplesmente no fato dessa pessoa ser conhecida. Eu digo isso não é por despeito ou inveja, isso está absolutamente fora de cogitação. Estou dizendo que é impossível compreender uma sociedade que enche a boca pra dizer que é a maior democracia do mundo, quando na verdade nem sabe o que a palavra "direito" significa.
Posso começar falando sobre isso mesmo. A maioria das pessoas só consegue conceber uma definição de "direito" quando este beneficia a ela. Ou seja, não estou nem um pouco interessado se isso ajuda a outros; se não me ajuda, então não serve pra nada. Existe uma nuvem negra de burrice pairando sobre a cabeça de cada pessoa nessa porcaria de país. É incrível como ninguém consegue enxergar um dedo diante do próprio nariz.
E aí eu me volto para alguns exemplos. Tenho ajudado uma tia a fazer trabalhos de transcrição de umas gravações feitas durante as reuniões da Comissão do Gás. Para quem não sabe, está sendo discutido um modelo de utilização para o gás natural no Brasil, especialmente na geração de energia. Acreditem ou não, o Brasil acabou de perdoar uma dívida do Uruguai (ou do Paraguai, não estou bem certo) em alguns muitos milhões de doláres no ramo energético. Ou seja, o Brasil forneceu eletricidade a esse país e ele simplesmente não vai pagar. E quem vai pagar, então? Não é tão difícil imaginar, né?
E o povinho não consegue perceber isso. Continuam culpando A, B ou C e esquecem que, pior que os acusados, são os acusadores. Estes sim são responsáveis por dar direitos de decisão a pessoas como mães loiras, Clodovis, além de darem crédito suficiente a uma pessoa cujo único mérito é ser gostosa (e nem tanto assim...) a ponto de tornar Fani uma cidadã honorária de Nova Iguaçú.

Me poupem dos seus protestos. Vocês merecem.

Malvados



É por essas e outras que eu adoro essa tirinha.

Criatividade Layoutesca

Não é uma coisa que se diga "puxa, mas que blog bonito esse que eu estou fazendo", mas em breve, no ar, o novo blog da srta. Vivien.

O frio

E no Rio de Janeiro ventou como se não houvesse mais amanhã.
Choveu uma chuva estranha, pesada, como quem tem obrigação de chover. Eu não vi, não ouvi, apenas senti o meu amor durante todo o dia de hoje, e talvez nem a veja agora à noite. Enfim, a gente espera.

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Posts rápidos. Eu sempre fui bom nisso. Não me peça pra fazer um monólogo sobre o Eduardo Suplici cantando Racionais. Não me peça nada. Amenidades, aqui vou eu.



Aliás, que coisa medonha.
Pior que isso? Ah, tem!
Gretchen vai se candidatar. Quando parece que não dá pra ficar pior...

27 abril, 2007

Semestral

E que tal postagens a cada 6 meses? Parece interessante? Não, né?
Pois é.

13 dezembro, 2006

Dificuldade Operacional

Ainda que eu tivesse MESMO que dormir, eu não teria. Ou teria, sei lá, não importa.
Conversar com gente nova às vezes é legal. O que me lembra um texto que eu li sobre não querer fazer amigos.
Na maioria das vezes, eu não quero. E me reservo ao direito inalienável de não querer fazer amigos. Mas hoje... Deixa como está, foi legal conhecer gente nova.

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São quatro da manhã e tenho que acordar às oito.
É nessas horas que eu me pergunto porque TEMOS que dormir? Sempre achei perda total de tempo.

12 dezembro, 2006

Ariano - Ou do retorno ao blog.

Eu gostaria de ser bem menos ariano do que sou, em certos momentos. Como quando me proponho a realizar uma tarefa e no minuto seguinte tudo vai parar no limbo do esquecimento. Assim foi quando eu me propus a trazer o blog de volta à vida.
Lá se vão cinco meses desde então. Muita coisa mudou. E eu não vou fazer retrospectiva nenhuma, isso também não interessa. É que ontem, conversando com a minha digníssima, me lembrei (novamente) da época em que isso aqui era um canto visitado. Me lembrei do cara do chicoteia (que eu nunca lembro o nome e tô com uma preguiça danada de procurar), da Clarah, Marcel do Merdas, Daniel do Genérico, galerinha reunida no Subsolo e até dos primos Capanema. Saudades dos meus 15 minutos de fama.

Mas todo bom ariano à casa torna (depois de sumir sem nenhuma explicação). E cá estou.

31 julho, 2006

Psicólogo já!

Eu não vou aqui simplesmente conjecturar sobre como as coisas parecem estar ruindo na minha frente, porque eu sempre tenho a idéia central de que se algo, por mínimo que seja, saia oposto ao que eu quero, danou-se! O mar vai pegar fogo, as estrelas vão cair do céu (na minha cabeça, porque eu sei que sou azarado o suficiente pra isso) e eu, definitivamente, não vou ganhar meu pirulito. Criança chorona essa que não consegue se conformar com coisas inevitáveis e realmente acredita nas tempestades que cria dentro do próprio copo de água, antes de tomá-lo.
Não dá pra saber em que ponto está o defeito, se é que existe algum - eu já tentei psicólogo uma vez. Mas me parecia uma coisa tão sacal e ridícula que devo ter me induzido e por isso não tive nenhuma evolução, e aí só me restou simplesmente abandonar. Mas eu juro que vou voltar, não é possível que sirva pra todo mundo, menos pra mim -.
Eu sempre tive uma cabeça complexa demais pra qualquer pessoa entender. Imagina eu, então, como fico perdido comigo mesmo. E o que mais me espanta é a complexidade paradoxal de como os fatos, idéias e conclusões se encadeiam dentro dessa massa cinzenta inútil.
Pra começo de conversa, eu sempre fui muito racional. Mas como é possível uma pessoa tão racional se deixar levar pelos instintos e sensações mais infantis e descontroladas que uma pessoa pode ter? Pois é, ainda estou tentando descobrir como isso é viável. E não simplesmente porque eu quero quando eu quero (exatamente assim, batendo o pé contra o chão e fazendo beicinho. E, se possível, chutando alguma canela disponível pela frente), mas porque muitas vezes eu sei que não faz sentido nenhum sequer se importar.
Bom, em seguida eu tenho crises histéricas porque... Por que? Não sei! Tenho crises por tudo e por nada. É tão... Deprimente. Juro que se eu fosse outra pessoa, eu batia em mim. E batia forte o suficiente pra me fazer ter uma amnésia pra tentar ter uma consciência menos traumatizada com TUDO.
Imagine o seguinte. Faz dez anos você espera... Hum... Digamos, ser promovido na sua empresa. Até aí, está tudo muito bonito. Você chega cedo no trabalho todo dia. Você sai tarde, e ainda leva trabalho pra completar em casa. Você faz o seu serviço, o serviço do seu patrão e ainda o de algum colega, pro caso de precisar que alguém fale bem de ti. Não puxa saco, você não precisa disso. Mas trabalha feito um burro de carga pra ser notado pelo seu esforço. E durante dez anos você figurou no quadro de melhor funcionário do mês, pendurado em uma moldura dourada na porta de entrada da firma. Um belo dia, trajando sua melhor roupa, você é chamado pelo superior na sala dele. Você anda pelos corredores exibindo um sorriso daquele que faria qualquer pessoa achar você o ser humano mais feliz do mundo, daqueles que casou com a mulher mais linda da faculdade e tem um filho prodígio, que se graduou aos 19 e é ganhador de medalhas olímpicas.
De um segundo para o outro, algo parece estranho. As pessoas parecem que olham torto pra você. “Ai, meu Deus, o que será que vai acontecer?”. O medo paralisa suas pernas. Pior, fazem com que elas comecem a querer seguir outra direção. De um instante para o outro, é como se o urubu negro e de três metros do azar tivesse pousado na sua cabeça, feito as necessidades e saído voando e rindo da sua cara. Você sabia, sempre soube. Seu chefe vai demitir você, tão sumariamente descartá-lo como se faria com um saco de lixo. Mundo injusto esse! Você deu tanto duro, trabalhou tanto tempo e perdeu tão longas noites de sono... Para que? Terminar assim, despedido por um motivo que você nem sabe qual é! E já não importa, também! Você entra pela porta da diretoria, esbravejando e vomitando palavras ríspidas. Arranca as roupas, mostra a bunda pro chefe e cai na gargalhada. “Não queria me demitir? Agora tem um motivo!”. E, sem parar para respirar, sai tão inexplicavelmente furioso e desesperado quanto entrou.

Triste, né? Pois é, eu também acho.
Juro que preciso voltar pro psicólogo o mais rápido possível.

25 julho, 2006

Tédio

E aqui estou eu, curtindo mais uma viagem pelo maravilhoso mundo da falta do que fazer, sem poder ver minha própria namorada, praticamente sozinho em casa (minha avó está cochilando no sofá e meu irmão saiu com a Nathy) e MORRENDO de tédio. Querendo coisas novas, mas não sei o que!

Sai, rotina do inferno!

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Fora isso, sou todo saudades.

24 julho, 2006

Drummond

Eu não tenho muito o que dizer dele. Estou hoje na casa do meu tio, lendo coisas, descansando a cabeça depois de duas bebedeiras quase consecutivas e descobri coisas muito legais deste senhor chamado Drummond.
Então, acompanhando o ritmo do Fotolog, aí vai o...

Necrológio dos desiludidos do amor

Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.

Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou no turvo inferno.
Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia...

Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados completamente
(paixões de primeira e de segunda classe).

Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.

- Carlos Drummond de Andrade.